sexta-feira, 1 de junho de 2012

Os mistérios noturnos

Como convencê-lo de que essa é a hora de ir para a cama?  

Depois do Bernardo, que me deu tanto trabalho para dormir, prometi que no próximo filho, não passaria pela mesma coisa. Teria uma rotina regrada, seguiria a cartilha do tal Nana Nenê, deixaria a Flora chorar no berço e todas as outras lendas que fazem com que as noites sejam mais tranquilas. O fato é que as coisas não saíram como combinado. Flora nasceu, com menos de dois meses partimos pro Brasil, moramos dois meses em um quarto de hotel, com todo mundo dormindo junto, mudamos para o nosso apartamento e, por fim, começamos a vida em um novo país. Todas as estações em poucos meses. Se teve uma palavra que não fez parte da nossa vida foi rotina. Mas por um milagre, ou piedade divina, nada disso parece ter afetado o sono da Flora. Depois de alguns dias bagunçados pro um resfriado, a paz voltou a reinar em torno no bercinho da casa. Por outro lado, o Bernardo segue nos dando um baile. Já não acorda durante a noite nas madrugadas, como fez nos primeiros dias, mas segue não querendo dormir em seu quarto, muito menos as oito da noite, quando o sol ainda está alto por aqui. Como todas as nossas coisas pessoais estão em um container, sabe se lá em que parte do caminho, não é fácil para ele entender que um quarto vazio, só com uma cama, é seu novo ninho. As vezes ele até consegue dormir lá, mas noite adentro, sobe as escadas e fica deitadinho no chão do nosso quarto. Dias atrás, que estava frio, acabamos trazendo o colchão dele de madrugada, institucionalizando as escapadas noturnas. Ontem, porém, fui a uma loja, comprei um tapete, uma colcha e uns carrinhos para tentar tornar o espaço dele um pouco mais aconchegante. Noites melhores virão.

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